Para cada mil famílias incluídas no programa Auxílio Brasil foram gerados 365 novos empregos, sendo que 33% dos empregos formais foram criados em municípios com menos de 100 mil habitantes. Ao se considerar os municípios com taxa de informalidade da mão de obra superior a 40%, verifica-se que 21% dos novos empregos foram criados nessas localidades. Os dados foram divulgados pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Erik Figueiredo, autor de um estudo sobre o tema, em entrevista coletiva com o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, na última quarta-feira (17), no Palácio do Planalto.
Figueiredo expôs os efeitos macroeconômicos, na extrema pobreza, no emprego e na segurança alimentar, decorrentes do programa Auxílio Brasil, que incluiu cerca de 5,7 milhões de famílias até agosto deste ano. Segundo o presidente do Ipea, o reajuste no valor do benefício para o mínimo de R$ 600 tem possibilitado ganhos do poder de compra que podem chegar a 116%. Verificou-se que o aumento do repasse do Programa Auxílio Brasil, entre janeiro e agosto de 2022, representou aproximadamente 2,5 vezes a perda de renda do trabalho das famílias pobres em decorrência da pandemia.
Dessa forma, explicou Figueiredo, enquanto a expectativa de crescimento da extrema pobreza no mundo é de 15%, conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil espera-se uma queda de 24% ao final de 2022. De acordo com o presidente do Ipea, as políticas públicas de assistência e proteção social também contribuirão para melhorar o estado nutricional da população mais vulnerável, reduzindo os índices de insegurança alimentar grave. O estudo destacou que não houve registro de crescimento nos indicadores de saúde relacionados à má nutrição – ao contrário, alguns deles apresentaram recuos significativos entre 2018 e 2021.
O ministro Bento afirmou que desenvolvimento econômico deve andar lado a lado com a proteção social, de modo a tornar viável a autonomia financeira e produtiva da população mais vulnerável. Segundo o ministro, 108 milhões de brasileiros foram beneficiados por programas sociais e de transferência de renda durante a pandemia da Covid-19.