Em 11 de setembro de 2001, São Paulo amanheceu com sua tradicional garoa, que cobria seus arranha-céus e calçadas cinzentas. Mas naquele infame dia da história, ninguém falou sobre o tempo. Em todos os canais da mídia, a fumaça escura que exalava dos destroços das Torres Gêmeas, no Complexo World Trade Center, em Manhattan, indicava dias ainda mais sombrios nos Estados Unidos.
Além da política, além da economia e além das atrocidades cometidas em Nova York e cercanias no 11 de setembro, o que ficou tatuado na alma dos americanos (e de quem prestou imediata solidariedade ao país) após as mais de 3 mil mortes foi o sentimento de união. Uma união que deveria ter unido o mundo hoje, 22 anos mais tarde, com o sanguinário ataque do Hamas a inocentes em Israel no último sábado.
A simples menção de que dezenas de crianças foram encontradas decapitadas por tropas das Forças de Defesa de Israel em Kfar Azza seria o bastante para haver, ao menos, a coragem para todos os governantes do mundo livre dar a nomenclatura exata para o que aconteceu perto da Faixa de Gaza: um massacre a sangue frio com a assinatura terrorista do Hamas.
Contudo, a realidade é sempre bem diferente do idealismo. Os arquivos históricos explicam. Dias antes do sangue encontrado nas mãos do Hamas (que não deseja assentamentos, deseja eliminar todos os israelenses), o ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, recebeu em seu gabinete Sayid Tenório, o vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina, declaradamente simpatizante da facção terrorista que invadiu Israel.
Em mandatos anteriores, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez questão de mostrar que era parcial ao Hamas e à causa defendida pelos assassinos. Nem mesmo em seu pronunciamento, Lula teve a coragem de pronunciar o nome Hamas e ligá-los à prática do terror.
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“Crianças foram encontradas decapitadas por oficiais israelenses perto da Faixa de Gaza”
Antes que seja questionado, não foi um caso isolado. A atual administração que ocupa o Palácio do Planalto não cometeu um deslize – muito menos, um engano.
Lula e os demais petistas, além de suas crias no PSOL e outros partidos de esquerda radical, como PCO e PCdoB, subscrevem a premissa de que Israel é sempre o culpado, não importa se foi covardemente atacado como ocorreu no Shabat passado.
Desde o primeiro dia do governo Lula 3, ficou clara a direção que a “nova gestão” iria impor ao Itamaraty.
A começar pela autorização concedida à marinha do Irã para atracar navios de guerra no Rio de Janeiro. A medida foi bombardeada por representantes do partido Republicano, que cobraram sanções ao Brasil do moribundo Joe Biden.
A cereja do bolo foi a recepção 6 estrelas dada ao ditador Nicolás Maduro. Procurado por autoridades norte-americanas por relações com o tráfico, Maduro recebeu as honrarias de chefe de estado, com direito à continência de nossos militares.
Neste momento em que não judeus, não israelenses – mas famílias de carne, osso e alma choram por suas vítimas, é preciso lembrar que seres humanos perderam suas vidas ao preço do radicalismo e do fanatismo. A política deveria ficar de lado ao menos pelo luto.
Compaixão seria o mínimo de exigir de Lula e seus comandados. Ou, ao menos, uma neutralidade verdadeira de um governo sem direção, sem projetos – e sem alma.